Wednesday, March 21, 2007

Dia 3 - os primeiros acordes

É 4ª feira, dia 14 de Março.

Em quatro dias de festival, a decorr
er entre as 8pm e as 2am, o David Fonseca e os X-Wife tinham de ser enquadrados no programa do festival no mesmo dia e à mesma hora.

Vimos do Stubbs, zona NME, e talvez a mais procurada do festival, onde tocaram na 4ª feira às 8pm, os Sunshine Underground, directamente de Leeds. A euforia instalada na assistência, o tudo por tudo em palco, e uma belíssima maneira de dar início à vasta lista de concertos que viria a preencher os dias seguintes.



Poucos bares ao lado, ainda na Red River St., fica situado o Spiro's, o bar onde tocou o David Fonse
ca. Obviamente, um ambiente mais calmo do que no Stubbs. O concerto começa com poucos minutos de atraso, talvez 10 depois das 9pm. O arranque é pautado claramente por uma sonoridade a puxar ao rock e às guitarras e não tanto para o lado de songwriter do músico. Acompanhado por uma banda de teclas e baixo, o David esteve bem em palco e veio a confirmar no dia seguinte num encontro casual em plena 6th St que estava satisfeito com o concerto.



Por volta das 9.40pm, depois de uma caminhada em passo acelerado até ao Friends, na 6th St, estamos em frente ao palco onde
actuam os X-Wife. Casa cheia, onde depois de meia-hora de concerto já tudo dança quer nas primeiras, quer nas últimas filas. O som chega ao público na perfeição, mas há problemas técnicos que dificultam o bom o trabalho da banda. No final, ninguém dá por nada, até porque banda é convidada por alguém que está na assistência para voltar tocar na 6ª feira.



São 10pm, continuamos na 6th St, alguns números mais à frente na direcção West. O Cody ChesnuTT toca agora no Exodus. Casa cheia, fãs acérrimos, grande entusiasmo nos minutos que antecedem a entrada do artista em palco. No palco surge apenas Cody Chesnutt de baixo ao peito e com alguns minutos de atraso chega o saxofonista que o acompanhará em duas ou três canções. Um concerto feito de voz. Cheio de voz. Como acompanhamento surgem apenas os acordes do baixo, e de vez em quando o sax, recriando um ambiente blues, a que só faltou o fumo para ser completamente verdadeiro.



Os Buttercup são de San Antonio, Texas. Tocam no Co-op às 11pm, na 6th St. Gostam de dizer umas piadolas, mas por acaso até têm algumas canções engraçadas e sabem entreter o público. (Se bem que as piadas...) Curiosament
e, soaram melhor em disco do que ao vivo, mas tiveram bons momentos. Quiseram saber quem na assistência estava a sofrer de um desgosto de amor. Depois de identificada a senhora que falou mais alto, a banda trocou o palco pela assistência e tocou a música à volta da senhora desgostosa, que pareceu logo mais animada.



O Emo's é outra das salas mais procuradas do SXSW. Tem várias salas dentro do mesmo espaço. Às 12am estam a tocar os Calla, de Brooklyn, e a fila para entrar é interminável. Mais um concerto de rock, que faz as delícias de um público claramente apreciador de guitarras e que não dá quaisquer sinais de cansaço apesar da noite já ir avançada.



12.30am
, ainda no Emo's - ficamos para o os próximos : os Voxtrot. Naturais de Austin, estão a jogar em casa e têm muita gente à espera para ver o que têm para dar. São muito novos, o vocalista assume nitidamente o papel de líder e parece saber o que está a fazer. O público conhece as canções, e mostra que está disponível para um lado mais pop do festival.





Da 6th St para a 8th St ainda vai uma caminhada jeitosa. O passo acelera cada vez mais, quando começamos a perceber a distância. O cansaço começa a fazer-se sentir nos pés, mas a vontade de ver os Softlightes leva-nos até ao destino assinalado no mapa - Central Presbyterian Church. Passam alguns minutos da 1am, e a banda de Ron Fountenberry toca para as filas dianteiras de uma das igrejas presbiterianas de Austin, com direito a água benta e tudo. O ambiente é escuro, a confusão desapareceu, os bancos permitem o merecido descanso dos pés, o efeito calmante da música dos So
ftligjtes alivia os zumbidos nos ouvidos deixados pelas guitarras anteriores. Valeu a caminhada, voltamos amanhã.



São quase 2am, regressamos à 6th St para entrar no Beauty Bar, onde tocam os Crystal Castles. Vindos de Toronto, com um som importado de NY, debateram-se com violentos problemas técnicos que lhes valeu a perda de metade do tempo de actuação... Foi uma pena, porque mesmo assim, nuns escassos vinte minutos de actuação sem problemas conseguiram pôr tudo de pantanas! Fica a imagem de uma vocalista muito novinha, a dar o seu melhor, já em cima de um balcão no final do concerto, como que a tentar compensar aquilo que podiam ter dado se tudo tivesse corrido bem. Deu para ver.

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